Origem e difusão da agricultura
O processo evolutivo ou das etapas do desenvolvimento da agricultura ao longo do tempo foi difundido a partir de um único ponto de origem ou existiram descobertas independentes em muitos lugares. Contudo, alguns autores afirmam que a domesticação terá tido origem no Sudeste Asiático, nomeadamente com rizomas, arvores, pequenos animais domésticos como galinha e o porco, a norte, tal como Costa et all (1989) referem, ter-se-ia desenvolvido uma vida nómada a partir de caçadores das espetes do interior da Ásia.
A recoleição do paleolítico
No Paleolítico, o Homem vivia essencialmente da caca, da pesca e da recolha de frutos e plantas. Era nómada, deslocando-se em função das estacões do ano, consoante a escassez ou abundância de alimentos, movimentando-se espontaneamente de acordo com o que a natureza lhe proporcionava. Desconhecia o cultivo das plantas e a domesticação dos animais.
Nos fins do Paleolítico e inícios do Neolítico, os glaciares recuam, o mamute desaparece, a rena migra para o norte, as terras húmidas cobrem-se de prados e florestas, ao mesmo tempo que Saara começa a desertificar-se. O Homem refugia-se para os planaltos e vales dos grandes rios (Eufrates, Tigre e Nilo). Embora ainda caçador, o Homem dedica-se a pratica agrícola, durante alguns períodos.
No Próximo Oriente, especificamente na Mesopotâmia, teriam sido o trigo e a cevada as primeiras plantas a serem domesticadas, isto por volta de 10 000 a.C., e na Ásia Central 9 000 a.C.
Na América, nomeadamente no México e no Peru, a mandioca e a abóbora teriam sido cultivadas por volta de 7 500 a.C., e o milho no México, por volta de 6 500 a.C., seguindo o algodão, o amendoim e a ervilha.
No Egipto, no vale do Nilo, surge o trigo por volta 6 500 a.C., e o algodão em 4 500 a.C., embora já fosse conhecido na Índia, onde o arroz aparece por volta de 4 200 a.C.
Revolução agrícola do Neolítico
A revolução do Neolítico caracterizou-se pelo aumento da população, e foi este aumento que catapultou a expansão agrícola, lenta mas progressiva.
Entre 5 000 e 4 000 a.C., com a utilização dos metais (cobre, bronze e ferro) o solo passa a ser mais facilmente trabalhado e arroteado, o que permite o aumento das áreas de cultivo; aprece a enxada, inicialmente de pedra e, mais tarde, de ferro; aparece igualmente o arado de madeira e posteriormente de ferro, já conhecido na Mesopotâmia e Egipto cerca de 3 00 a.C, puxado por bois, na Europa e Norte de África no segundo milénio.
No Neolítico acontece o aperfeiçoamento do amanho da terra e aumenta a produção agrícola, o que estimula o inicio das trocas comerciais. Reconheceu-se igualmente o esgotamento dos solos, pelo que alguns povos deram inicio a utilização de estrume dos animais para fertilizar os campos.
A irrigação é conhecida, o que estimula o aumento da produção e da produtividade, consolidando a sedentarização do Homem e consequentemente, projetando-o na categoria de produtor e transformador das paisagens.
Agricultura no Mundo Antigo
Civilização Egípcia
A agricultura na comunidade egípcia estava associada ou subordinada a rega, por isso a construção de condutas era prioridade na agenda do Estado. Surgiu naturalmente uma agricultura irrigada acompanhada de um intenso trabalha de distribuição das águas e apropriadas obras hidráulicas, represas, diques e toda uma rede de canais.
As inundações periódicas do rio Nilo fertilizavam os solos e contribuíam para a produção de cereais (centeio, trigo, cevada e milho miúdo), legumes (cebola e pepino) e frutas (melão).
Os egípcios criavam vários tipos de animais tais como bois e vacas, das quais obtinham carne e leite. Todos estes produtos oriundos da terra fértil do Egipto eram utilizados para o consumo como também para exportação, uma vez que eram produzidos em grandes quantidades.
A Mesopotâmia
A Mesopotâmia possuía solos férteis localizados ao longo das bacias e entre os rios Tigre e Eufrates e uma comunidade muito dependente da irrigação. O trabalho agrícola era realizado com recurso a sofisticados sistemas de canais e represas geridas pelo Estado, o que contribuía para aumentar a fertilidade e a produção.
Idade do Ferro
A descoberta do ferro impulsionou a agricultura, aumentando a produção agrícola. Por sua vez, o desenvolvimento da agricultura impulsionou outros ramos de produção, como a metalurgia do ferro, a carpintaria e a olaria.
Império Romano
Os romanos eram um povo de camponeses e pastores por excelência, característica essa que foram perdendo devido ao seu envolvimento em guerras cíclicas e na expansão militar.
O rendimento da terra era escasso, e as culturas de regadio, muito exigentes em mão-de-obra, foram-se perdendo, tal como se foram abandonando gradualmente as áreas de cultivo.
Os romanos atingiram um grande nível de prosperidade agrícola. Eram peritos na construção de barragens e canais, no saneamento do meio, no uso de métodos de drenagem na instalação de canalizações subterrâneas, que permitiam cultivar em regiões pantanosas ou devastadas por inundações. Os romanos cultivavam o espelta (espécie de trigo), a cevada, o frumento, o feijão, o alho, a cebola, a figueira, a oliveira e a vinha. Os romanos já utilizavam os sistemas agrícolas e uma das técnicas utilizadas consistia em revolver a terra três vezes antes da sementeira.
Agricultura medieval
No Ocidente Cristão
Verifica-se o retrocesso do sistema económico e a Europa Ocidental transforma-se numa sociedade meramente agrária, com uma economia basicamente rural, de subsistência, fechada dentro dos limites de cada senhorio e onde cada um destes vivia dependendo de si próprio.
O sistema de cultura neste período era o da rotação trienal, onde a terra estava dividida em três áreas, com rotação de culturas de três anos; no primeiro, cultivava-se cereal de inverno (trigo ou centeio), no segundo, era a vez dos cereais de Verão (aveia ou cevada) e no terceiro o terreno ficava a descansar, em regime de pousio.
Nos países muçulmanos
Os países islâmicos do Oriente desfrutavam de uma agricultura muito mais prospera, variada e rica, comparativamente aos países cristãos. Os instrumentos agrícolas eram bastante rudimentares. O arado era muito primitivo, o que não permitia penetrar profundamente no solo. Utilizava-se também a foice lisa ou dentada, a forquilha, o ancinho e a enxada.
Agricultura nos séculos XIV e XV
Este período é caracterizado por um grande retrocesso no campo agrícola devido as catástrofes agrícolas, ao flagelo da peste negra, as pilhagens e devastações decorrentes da Guerra dos Cem anos.
Agricultura na época dos descobrimentos
Ate ao século XV, a agricultura europeia baseava-se nas plantas cultivada desde tempos remotos. Isto acontecia pois o mundo conhecido estava nessa altura restrito a franja da bacia do Mediterrâneo e certas áreas da Ásia, África e Europa.
A revolução agrícola no século XX
O século XX apresentou uma verdadeira revolução das técnicas agrícolas. Por intermédio da agronomia, ciência que aplica um conjunto de conhecimentos científicos, a agricultura conseguiu, com sucesso, variedades vegetais resistentes a certas doenças, variedades de maior produtividade, mais ricas em proteínas e também de crescimento mais curto.
Revolução Industrial
A Revolução Industrial – refere-se ao conjunto de profundas transformações tecnológicas, económicas e sociais que ocorreram na Inglaterra na segunda metade do século XVIII.
Causas da Revolução Industrial
Inúmeros foram os factores condicionantes da eclosão da Revolução Industrial. Assim, das causas responsáveis para a eclosão deste fenómeno destacam-se:
- A riqueza do subsolo inglês (carvão e ferro) — a abundância de minérios de ferro e carvão mineral permitiram uma produção abundante, indispensáveis ao fabrico de maquinarias diversas, bem como a disponibilidade de fontes energéticas para o funcionamento das indústrias existentes na época;
- A acumulação de enormes capitais – como resultado do intenso comércio externo, sobretudo com as suas colónias, a Inglaterra tornou-se a maior potência comercial e colonial do mundo e investiu os dividendos deste comércio na indústria;
- A posse de um gigantesco império colonial – a metrópole conseguiu obter matérias-primas (minerais e agrícolas) através das suas colónias. Como possuía um poderoso mercado para a colocação dos seus produtos industriais, acumulou riqueza;
- Revolução agrícola– o desenvolvimento da agricultura proporcionou, por um lado, o aumento acelerado da produção agrícola, capaz de alimentar uma população em rápido crescimento e cada vez menos ligada agricultura, e, por outro, a libertação de muita mão-de-obra rural de que a indústria necessitava;
- Revolução demográfica— este foi um dos factores que aumentou extraordinariamente a procura de produtos fabricados e pós disposição da indústria vastos recursos humanos, com uma forte proporção de jovens, ansiosos por abandonarem os campos e procurarem na actividade industrial uma ocupação mais bem remunerada;
- Invenções técnicas– assiste-se também nesta altura à sucessão de grandes invenções técnicas — foram inventadas e aperfeiçoadas diversas máquinas, como, por exemplo, as máquinas de tecer, fiar, cardar e a máquina a vapor, e novos métodos de produção de ferro e de aço, etc;
- A situação geográfica– a boa localização geográfica junto das vias de transportes e comunicação – (rios navegáveis e acesso a bons portos, por exemplo) com fácil acesso às vias mais importantes do comércio mundial, proporcionaram também um comércio muito activo, a que se soma grande experiência técnica, como por exemplo na navegação marítima (indústria naval principalmente);
- Espírito de iniciativa– dispor de capitais, matérias-primas abundantes, vastos mercados, riqueza do subsolo em minérios, etc., nada seria possível se os ingleses não tivessem espírito de iniciativa. Com efeito, foi graças a esse espírito que eles foram bem-sucedidos.
Fases da Revolução Industrial
1ª Fase: A Força Mecânica (1750-1875)
Designada por alguns autores como a fase da revolução do carvão-ferro e da máquina a vapor, marcou a passagem da manufactura para a maquinaria. Na sua primeira fase, a Revolução Industrial foi essencialmente mecânica, para responder à crescente procura, resultante do acentuado crescimento demográfico que exigia um maior consumo de bens primários, bem como secundários.
2ª Fase: Revolução energética (1880-1950)
Esta fase é também designada por Revolução da electricidade e do motor de explosão, e compreende dos finais do século XIX primeira metade do século XX, quando são descobertas novas fontes energéticas como a electricidade, o petróleo e o gás natural decorrentes da invenção do motor de explosão, a turbina e o dínamo que vão revolucionar novamente as indústrias, acabando com o condicionalismo energético, devido dificuldade de exploração e de transporte de carvão que obrigava as indústrias a localizarem-se junto às fontes de energia (bacias carboníferas).
3ª Fase: Revolução da energia atómica e da automatização
Esta fase é também denominada por Era da energia nuclear, da electrónica, da automatização e dos computadores. Hoje em dia, com a possibilidade de esgotamento do petróleo e os problemas da energia nuclear, o Homem procura novas alternativas. As energias renováveis (solar, eólica, geotérmica, bioenergia, etc.) são cada vez mais uma preocupação universal.
Consequências da Revolução Industrial
A Revolução Industrial teve consequências socioeconómicas e ambientais, que se sentiram, em especial, ao nível da demografia, da agricultura, dos transportes e do desenvolvimento urbano.
Assistiu-se a um vertiginoso crescimento demográfico como resultado dos progressos técnicos e científicos alcançados nos campos da agricultura e Medicina.
Na agricultura, a Revolução Industrial trouxe novos instrumentos técnicos que permitiram incrementar a produção e produtividade.
No ramo dos transportes, assiste-se uma profunda transformação. Iniciada pela máquina a vapor, os transportes ferroviários, terrestres, marítimos e aéreos permitiram o contacto imediato com o resto do mundo possibilitando a ampliação do horizonte geográfico.
No desenvolvimento urbano, é inquestionável a contribuição da Revolução Industrial, isto porque veio criar novas cidades de grande concentração populacional e industrial. Assim, os artesãos que viviam numa pequena aldeia no meio rural, procuram agora trabalho nas fábricas e comércios das cidades, o que os leva a migrarem para os centros urbanos.
Referência Bibliografia
MANSO, Francisco Jorge; VICTOR, Ringo. Geografia 12ª Classe – Pré-universitário. 1ª Edição. Longman Moçambique, Maputo, 2010.
 
  
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